Orelhudos para ter em casa
Quietinhos, higiênicos e independentes, os coelhos são uma boa opção para quem quer um bicho mas não tem muito tempo para cuidar
A procura por coelhos de estimação aumentou bastante em Curitiba. Desde o começo do ano pet shops, clínicas veterinárias e criadores percebem que os pedidos aumentaram em três vezes em relação a anos anteriores. O motivo é simples: eles são quietinhos, podem ficar bastante tempo sozinhos e não precisam passear todos os dias, o que facilita muito a vida de quem quer um pet mas não tem espaço ou tempo de sobra. Segundo a médica veterinária da Clínica Ecológica Juliana Izabel Bastos, as pessoas descobriram as vantagens deste animalzinho, que anda agradando principalmente quem mora sozinho. Saiba como é o comportamento deles e as principais características que você precisa levar em conta na hora de cuidar:Grandes ou pequenos
Adequado para casa e apartamento
Mico e Tambor são minicoelhos da raça minilion, que têm uma juba em volta do rosto, semelhante a um leão. Tanto um como o outro foram escolhidos por famílias que adoram animais mas queriam um pet que fosse prático para cuidar no dia a dia.
A administradora Juliana Haggem de Oliveira tem o Mico há três anos. Ela mora com o namorado em um apartamento e é por lá que o coelho passa a maior parte do tempo. “Levo ele para passear em uma pracinha nos fins de semana. Coloco guia e tudo”, conta.
Amoroso mas independente, ele passa o dia inteiro na gaiola enquanto os donos trabalham. Mas quando chegam em casa, ele pode perambular livremente até a hora de dormir. “Pensei em ter um cachorro, mas precisa de muita atenção. Com o Mico é mais fácil. Ele fica pouco no colo e gosta de ficar sozinho também”, diz Juliana.
Já Tambor tem um belo quintal na casa onde mora. Seu dono, o caminhoneiro Jorge Adão Markiw diz que ele tem até uma casinha no jardim, além da gaiola dentro de casa. “Ele adora a grama e fica bastante por lá.”
Markiw tem um canário belga mas seu filho de dois anos, João Pedro, gostava muito do coelho Tambor, do desenho animado Bambi. Na hora de decidir não foi considerada apenas a vontade da criança. Pesquisou os hábitos do animal e optou pelo coelhinho. “Minha esposa fica em casa o dia todo e está sempre atenta. Mas ele é bem tranquilo, quase não dá trabalho”, diz.
Um coelho de tamanho normal chega a pesar de 6 a 8 quilos e a ter cerca de 60 centímetros de comprimento. A raça mais comum é a califórnia, que são os que têm os olhos vermelhos e o pelo branco e curto. Mas, segundo os veterinários, hoje a procura maior é pelos minicoelhos (70% em relação ao grande), que têm a metade do tamanho e pesam até 2,5 quilos. “A maior vantagem é que eles são ligados ao dono e interagem mais. Chegam até a pedir colo, em alguns casos. Fora isso, os cuidados são os mesmos para todos”, explica a professora e especialista em animais silvestres da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Elza Maria Galvão Ciffoni.
Comilão por natureza
Diferentemente do cachorro, que precisa comer duas vezes ao dia e não deve ter alimento o tempo todo à sua disposição, o coelho pode comer diversas vezes desde que seja o alimento certo e não ração de engorda. O médico veterinário especialista em animais selvagens e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rogério Ribas Lange diz que o ideal é ração própria para esta espécie porque tem fibras na quantidade certa que eles precisam. “Aquela ideia de que coelho come cenoura não é totalmente certa. Ele come sim vegetais e folhas, mas têm de ser dados apenas como petiscos porque não têm nutrientes em quantidade balanceada.”
Entre as folhas estão a couve, mostarda, rúcula e espinafre. Frutas como maçã e banana também estão incluídas nos petiscos, que devem ser dados uma vez ao dia. Lange explica que o capim semifenado – encontrado em pet shop ou hípicas – pode ser dado junto com a ração. “Eles gostam e não faz mal algum.”
Fora da água
Tão higiênico quanto os gatos, os coelhos não precisam de banho. Pelo contrário, não gostam de umidade. “Eles são os mais limpinhos dos pets, não há necessidade de água nem de pó de mármore, como para as chinchilas, por exemplo, porque as defesas naturais da pele precisam ser preservadas”, diz Elza.
Embora a urina tenha um cheiro um pouco forte, ele faz sempre no mesmo lugar, ou na gaiola ou em um cantinho que o dono pode separar na casa. No primeiro caso, a parte de baixo deve ser trocada a cada dois dias.
Só de vez em quando
Por não gostar de ficar muito tempo no sol – e até para evitar doenças de pele e queimaduras – os coelhos não precisam passear. “São animais que gostam de sombra e detestam correntes de vento e barulho”, explica Elza.
Mas passear não é proibido, desde que se tomem alguns cuidados: não levar em horário de pico do sol, entre 10 e 16 horas, e por pouco tempo, cerca de meia hora. Porém em casa é diferente. Os veterinários recomendam que ele fique solto todos os dias, mas só enquanto os donos estiverem em casa, pois como ele gosta de roer fios e móveis, além de estragar a casa, pode se machucar.
Dentuços sim
Os coelhos não são roedores, mas classificados como lagomorfos, dentro da classe dos mamíferos. Mesmo assim seus dentes têm crescimento permanente e por isso precisam ser desgastados. De acordo com Juliana, a própria ração faz esse papel e por isso a importância de comê-la todos os dias.
Se os dentes não reduzirem, o animal pode ter problemas. “O crescimento incessante altera a estrutura óssea da face – principalmente se ele tiver má oclusão dentária – provoca dor e pode até afetar o olhos”, explica Lange. Para ajudar, o veterinário recomenda que o dono dê a ele um pedaço de madeira virgem, sem qualquer produto, para que roa.
Cuidado com exageros
Embora os minicoelhos interajam, eles não são tão ativos quanto os cachorros. Gostam de ficar no canto deles e até os três primeiros meses de vida o ideal é que não permaneçam muito tempo no colo. “É preciso cuidar principalmente com as crianças, que se empolgam quando o bichinho chega em casa. Ficar apertando e pegando pode deixá-lo muito estressado e até levar à morte”, diz Lange.
Junto ou separado?
O ideal é que tanto macho quanto fêmea sejam castrados assim que entrem no período reprodutivo, por volta dos 6 meses. Neles a castração evita que agarrem almofadas e outros objetos, ou a perna do dono. Nelas previne câncer de útero e de mama e gravidez psicológica. Segundo a veterinária Juliana, o procedimento é simples nos dois casos e mais barato do que o realizado em gato ou cachorro. O preço varia de acordo com o peso do coelho e o tipo de anestesia. Custa em média R$ 300 para o macho e R$ 350 para fêmea.
Se não for castrado, alguns cuidados são necessários. Além de separar macho e fêmea para evitar cria, dois machos não podem ficar juntos. “Eles também demarcam território e por isso vão acabar brigando”, explica Langue.
Para prevenir
Entre as doenças mais comuns nesses animais estão as respiratórias, como pneumonia. Por isso eles não devem ser expostos à chuva. Outro problema frequente são as infecções de pele, como pulgas, piolhos e sarna. A prevenção é feita por aplicação de remédio pelo veterinário duas vezes ao ano. “Esse é o principal cuidado, fora isso não há outro medicamento ou vacina, como em cães e gatos, que o coelho precisa tomar regularmente”, diz Juliana. ( matéria retirada da gazeta do povo)
Liberada
Por ser um animal doméstico, a comercialização do coelho é liberada pelo Ministério da Agricultura. Alguns têm pedigree – certificado de registro que detalha as características da raça – mas depende do criador.Adequado para casa e apartamento
Mico e Tambor são minicoelhos da raça minilion, que têm uma juba em volta do rosto, semelhante a um leão. Tanto um como o outro foram escolhidos por famílias que adoram animais mas queriam um pet que fosse prático para cuidar no dia a dia.
A administradora Juliana Haggem de Oliveira tem o Mico há três anos. Ela mora com o namorado em um apartamento e é por lá que o coelho passa a maior parte do tempo. “Levo ele para passear em uma pracinha nos fins de semana. Coloco guia e tudo”, conta.
Amoroso mas independente, ele passa o dia inteiro na gaiola enquanto os donos trabalham. Mas quando chegam em casa, ele pode perambular livremente até a hora de dormir. “Pensei em ter um cachorro, mas precisa de muita atenção. Com o Mico é mais fácil. Ele fica pouco no colo e gosta de ficar sozinho também”, diz Juliana.
Já Tambor tem um belo quintal na casa onde mora. Seu dono, o caminhoneiro Jorge Adão Markiw diz que ele tem até uma casinha no jardim, além da gaiola dentro de casa. “Ele adora a grama e fica bastante por lá.”
Markiw tem um canário belga mas seu filho de dois anos, João Pedro, gostava muito do coelho Tambor, do desenho animado Bambi. Na hora de decidir não foi considerada apenas a vontade da criança. Pesquisou os hábitos do animal e optou pelo coelhinho. “Minha esposa fica em casa o dia todo e está sempre atenta. Mas ele é bem tranquilo, quase não dá trabalho”, diz.
Comilão por natureza
Diferentemente do cachorro, que precisa comer duas vezes ao dia e não deve ter alimento o tempo todo à sua disposição, o coelho pode comer diversas vezes desde que seja o alimento certo e não ração de engorda. O médico veterinário especialista em animais selvagens e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rogério Ribas Lange diz que o ideal é ração própria para esta espécie porque tem fibras na quantidade certa que eles precisam. “Aquela ideia de que coelho come cenoura não é totalmente certa. Ele come sim vegetais e folhas, mas têm de ser dados apenas como petiscos porque não têm nutrientes em quantidade balanceada.”
Entre as folhas estão a couve, mostarda, rúcula e espinafre. Frutas como maçã e banana também estão incluídas nos petiscos, que devem ser dados uma vez ao dia. Lange explica que o capim semifenado – encontrado em pet shop ou hípicas – pode ser dado junto com a ração. “Eles gostam e não faz mal algum.”
Fora da água
Tão higiênico quanto os gatos, os coelhos não precisam de banho. Pelo contrário, não gostam de umidade. “Eles são os mais limpinhos dos pets, não há necessidade de água nem de pó de mármore, como para as chinchilas, por exemplo, porque as defesas naturais da pele precisam ser preservadas”, diz Elza.
Embora a urina tenha um cheiro um pouco forte, ele faz sempre no mesmo lugar, ou na gaiola ou em um cantinho que o dono pode separar na casa. No primeiro caso, a parte de baixo deve ser trocada a cada dois dias.
Só de vez em quando
Por não gostar de ficar muito tempo no sol – e até para evitar doenças de pele e queimaduras – os coelhos não precisam passear. “São animais que gostam de sombra e detestam correntes de vento e barulho”, explica Elza.
Mas passear não é proibido, desde que se tomem alguns cuidados: não levar em horário de pico do sol, entre 10 e 16 horas, e por pouco tempo, cerca de meia hora. Porém em casa é diferente. Os veterinários recomendam que ele fique solto todos os dias, mas só enquanto os donos estiverem em casa, pois como ele gosta de roer fios e móveis, além de estragar a casa, pode se machucar.
Dentuços sim
Os coelhos não são roedores, mas classificados como lagomorfos, dentro da classe dos mamíferos. Mesmo assim seus dentes têm crescimento permanente e por isso precisam ser desgastados. De acordo com Juliana, a própria ração faz esse papel e por isso a importância de comê-la todos os dias.
Se os dentes não reduzirem, o animal pode ter problemas. “O crescimento incessante altera a estrutura óssea da face – principalmente se ele tiver má oclusão dentária – provoca dor e pode até afetar o olhos”, explica Lange. Para ajudar, o veterinário recomenda que o dono dê a ele um pedaço de madeira virgem, sem qualquer produto, para que roa.
Cuidado com exageros
Embora os minicoelhos interajam, eles não são tão ativos quanto os cachorros. Gostam de ficar no canto deles e até os três primeiros meses de vida o ideal é que não permaneçam muito tempo no colo. “É preciso cuidar principalmente com as crianças, que se empolgam quando o bichinho chega em casa. Ficar apertando e pegando pode deixá-lo muito estressado e até levar à morte”, diz Lange.
Junto ou separado?
O ideal é que tanto macho quanto fêmea sejam castrados assim que entrem no período reprodutivo, por volta dos 6 meses. Neles a castração evita que agarrem almofadas e outros objetos, ou a perna do dono. Nelas previne câncer de útero e de mama e gravidez psicológica. Segundo a veterinária Juliana, o procedimento é simples nos dois casos e mais barato do que o realizado em gato ou cachorro. O preço varia de acordo com o peso do coelho e o tipo de anestesia. Custa em média R$ 300 para o macho e R$ 350 para fêmea.
Se não for castrado, alguns cuidados são necessários. Além de separar macho e fêmea para evitar cria, dois machos não podem ficar juntos. “Eles também demarcam território e por isso vão acabar brigando”, explica Langue.
Para prevenir
Entre as doenças mais comuns nesses animais estão as respiratórias, como pneumonia. Por isso eles não devem ser expostos à chuva. Outro problema frequente são as infecções de pele, como pulgas, piolhos e sarna. A prevenção é feita por aplicação de remédio pelo veterinário duas vezes ao ano. “Esse é o principal cuidado, fora isso não há outro medicamento ou vacina, como em cães e gatos, que o coelho precisa tomar regularmente”, diz Juliana. ( matéria retirada da gazeta do povo)
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