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segunda-feira, 31 de outubro de 2011


O Caminho do Arco Íris 
 
 Em um pequeno povoado perdido entre duas montanhas, vivia o menino João e sua mãe.

O lugar era muito pobre assim como seus habitantes, porém, João possuía um tesouro muito grande guardado bem no fundo de seu coração: um sonho. Dormindo ou acordado, o menino vislumbrava sempre uma bela estrada com frondosas árvores, onde se erguia ao longe um fulgurante arco-íris. Flores coloridas, pássaros e outros animaizinhos também faziam parte desta paisagem que contrastava bastante com a dura realidade na qual João vivia.

O menino não tinha idéia de onde brotara esta imagem, mas, não tinha dúvidas de que o dia em que a encontrasse ali estava também a sua felicidade. Pensava constantemente nesta agradável visão e à noite, em seus sonhos, lá estava o lindo arco íris, apontando-lhe o rumo certo a seguir.

Um dia,   a mãe do pequeno amanheceu muito doente e dia depois veio a falecer. O pequeno ficou muito triste, sentiu-se muito só, mas em meio à sua tristeza e solidão, lembrava-se sempre do caminho do arco íris.

Isto o consolava um pouco. Resolveu então perseguir o seu sonho. Vendeu a pequena casa em que viviam, juntou o pouco de roupas que possuía e partiu.

A pesar do medo, da incerteza e da solidão, João sabia que quem tem um sonho na vida e um objetivo a seguir, na realidade nunca está só. Possui sempre aquele calor no peito e obstáculo algum conseguirá impedi- lo.

O menino andou, andou muito, gastou uma parte das suas economias em alimentos e pernoites. Desta forma chegou a uma grande cidade, onde circulavam muitas pessoas que pareciam muito ocupadas, carros em alta velocidade, muito barulho e agitação. Mesmo assustado, o garoto pode notar o quanto a cidade era feia e cinzenta, com seus edifícios em concreto armado, quase sem árvores, sem flores e sem pássaros.

‘’ Acho que estou longe do caminho do arco íris, mas tenho que achar um trabalho por aqui mesmo antes de seguir viagem. Meu dinheiro está acabando’’- raciocinou ele.

Bateu à porta de várias casas à procura de trabalho, mas as pessoas olhavam com desconfiança para aquele menino magro e pobremente trajado.

Na verdade, as grandes cidades, com seu crescimento desabalado, vão perdendo as suas características, suas particularidades, assim como as pessoas que as habitam,que vão se tornando mais desconfiadas e insensíveis. Ninguém quer se preocupar com a sorte de um pobre menino abandonado. Todos estão envolvidos demais com seus próprios problemas e afazeres.

João dirigiu- se então á uma praça, que mais parecia um centro de esportes, sentou-se em um banco de concreto, tentando acalmar o medo e a fome que o devoravam por dentro. Acabou dormindo ali mesmo e, no dia seguinte bem cedinho, apareceu um guarda que o enxotou dizendo que a cidade já possuía meninos pobres e abandonados em excesso.

O coitadinho seguiu seu caminho. Estava tão desencorajado que somente a imagem do arco íris em sua mente o fazia prosseguir.

Chegou então a outra cidade tão grande quanto à anterior, com as mesmas características, as mesmas pessoas com semblantes apressados e indiferentes, absorvidas em seus próprios pensamentos. Com certeza não iriam prestar a menor atenção ao pobre garoto que se sentia no limite de suas forças. 
Em sua busca pela sobrevivência notou que, em uma rua bem movimentada da cidade havia grupos de meninos pobres iguais a ele. Começou a segui-los e observou que praticavam pequenos furtos de comidas e frutas expostas à frente das mercearias e pequenos assaltos contra as pessoas que passavam, especialmente ao cair da noite.

‘’Isto não é vida para mim’’- pensou João, mas a fome era tanta e temendo ser repudiado novamente, não encontrou outro recurso que não fosse furtar também algumas frutas que encontrou na calçada de uma mercearia.

Escondeu-se então em um beco escuro, saciou a fome e descansou um pouco antes de prosseguir viagem.

Ao sair do centro da cidade, em direção ao subúrbio, notou uma fila de crianças pobres em frente a um prédio que mais parecia uma escola. Timidamente perguntou a um menino o que faziam ali.

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