Uma formiguinha corria atarefada, juntando folhas verdinhas para levar ao novo formigueiro, para onde se mudaria, ela e sua numerosa familia.
Estava muito nervosa pois perdera-se de suas companheiras e não conseguia achar o caminho que a levaria à sua nova morada. Sabia sómente que o lugar era muito bonito, com muitas árvores e muito verde pelas redondezas.
Quando chegou em um espaço repousante, resolveu parar um pouco e descansar. Sua carga estava pesada, suas costa doiam e ela estava confusa e mal humorada.
Distraidamente, deu uma olhada à sua volta tentando situar-se.
Pensou- " Puxa, este lugar parece tão calmo e, além do mais, com todo este verde, com certeza minha carga vai dobrar. O difícil vai ser carregar tanto peso e, ainda por cima, achar o formigueiro."
Ela notou que no jardim haviam muitas árvores de portes diversos, algumas grandes e encorpadas, outras menores e, em um canto um antigo e imenso pinheiro cujos galhos ofereciam uma sombra agradavel e acolhedora.
Continuando sua observação, ela viu enormes e floridos canteiros em torno das árvores, circundados por pedras brancas que davam um tom alegre e ao mesmo tempo organizado ao ambiente. Vasos em tamanhos variados estavam dispostos sem nenhuma simetria, pintados em diferentes cores, sugerindo a ideia de um espaço bem cuidado. Esculturas de navios antigos estavam sobreposta em pedras coloridas , enquanto que a escultura de uma mulher ajoelhada, contemplava o vazio em uma interminável espera. Em outro canto, outra escultura com tres formas indefinidas, passava a ideia de chamas de velas alçando-se para o alto em busca do infinito.
A formiguinha observou tudo com muita atenção. Como estava tão cansada e sem rumo resolveu relaxar um pouco o seu corpo cansado naquela relva macia e aquecida pelo sol.
Relaxou tanto que acabou adormecendo e até sonhou. Sonhou que andava pelo jardim à procura do formigueiro. De repente apareceu uma luz tão forte como se fosse um sol, quase a cegá-la.dirijida para o solo, bem na base do antigo pinheiro. Ela então foi se encaminhando vagarosamente na direção da luz. Quando lá chegou, avistou uma legião de formigas, numa trabalheira danada, limpando e ageitando a entrada de um imenso corredor, que era justamente a entrada de um novo formigueiro. A formiguinha fixou bem os olhos, que estavam turvos por causa da luz, e então começou a reconhecer suas irmãzinhas, todas empenhadas em carregar suas folhas para o fundo do corredor, lá onde seria sua nova morada.
A formiguinha ficou muito contente porém, neste momento, um pingo de chuva despertou-a daquele sonho tão bom do encontro do formigueiro.
Novos pingos se sucederam e ela então, mais do que depressa, pegou sua carga e saiu em disparada em direção ao velho pinheiro, fugindo da chuva, mas com uma tenue esperança de que o sonho se tornasse realidade.
Quando depois de muito caminhar lá chegou, qual não foi o seu espanto ao deparar com a mesma cena do sonho, em todos os minimos detalhes.
- " Da próxima vez que me perder de minhas companheiras - pensou ela - já sei o que fazer. Vou relaxar e ficar tranquila pois esta é a melhor maneira de achar o caminho de volta."
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